O Pão por Deus é
uma tradição antiga com raízes semelhante às do dia das Bruxas ou Halloween dos
países anglo-saxónicos. No entanto, o dia não é o 31 de outubro mas sim o 1.º
dia de novembro. Neste dia, Dia de Todos-os-Santos em Portugal, as crianças
saem à rua e juntam-se em pequenos bandos para pedir o Pão por Deus de porta em
porta, com pequenos sacos de pano.
Pedir Pão por amor a Deus é uma
expressão muito antiga e muito usada no nosso País, particularmente em momentos
muito difíceis da nossa história, sobretudo em períodos de guerra, de graves
enfermidades e de fome. Mas é com o Terramoto de 1 de novembro de 1755 que esta
expressão foi a mais gritada e a mais ouvida em Portugal. Muitas crianças, por
este país fora entoaram este pregão esperando juntarem alguns bens que permitissem
a subsistência das suas famílias.
Com o passar dos anos passou a
ser cada vez mais um peditório das crianças e no século XX, começamos a ver o Pão
Por Deus como a festa das Crianças que, neste dia de manhã cedo, iam de
porta em porta a pedir o Pão Por Deus. Recebiam tradicionalmente frutos secos,
romãs, pão e bolos.
Há até uma canção para o
peditório:
Bolinhos
e bolinhós
Para
mim e para vós,
Para
dar aos finados
Que
estão mortos e enterrados
À
bela, bela cruz
Truz,
Truz!
A
senhora que está lá dentro
Sentada
num banquinho
Faz
favor de s’alevantar
Para
vir dar um tostãozinho.
No caso de
resposta positiva dos habitantes da casa as crianças entoavam a seguinte continuação:
Esta casa cheira a
broa,
Aqui mora gente boa.
Esta casa cheira a
vinho,
Aqui mora um
santinho.
Caso a resposta dos habitantes fosse negativa, a quadra
seria a seguinte:
Esta casa cheira a
alho
Aqui mora um
espantalho.
Esta casa cheira a
unto.
Aqui mora algum
defunto
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